
Está previsto para ser lançado na próxima quarta-feira (28) o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De última hora, o IBGE conseguiu, junto ao Ministério do Planejamento, organizar mutirões para incluir quase 16 milhões de brasileiros no recenseamento. Mas de acordo com o instituto, o fechamento esteve a um passo de ser comprometido. Isso porque a falta de acesso dos recenseadores em áreas remotas do Brasil e a resistência de alguns cidadãos a responder, influenciados por notícias falsas, fez com que muitas pessoas não participassem do censo deste ano.
As entidades estimam que, somadas, as recusas tiveram número equivalente aos habitantes do estado do Rio de Janeiro, mas que foram realizados esforços para reverter essa situação. Isso porque o instituto organizou três operações especiais. Uma delas, na Terra Indígena Yanomami, onde a população ainda não tinha sido ouvida desde o início do recenseamento, em agosto do ano passado. Segundo o IBGE, é a primeira vez na história que o Censo conseguiu incluir 100% da população Yanomami no recenseamento, totalizando quase 27 mil pessoas no território.
As outras duas operações tiveram foco nos ambientes que apresentaram resistência a responder as perguntas, que são as comunidades e os condomínios de luxo. Mas a finalização do censo também enfrentou diversas dificuldades. A começar pela pandemia da covid-19, que atrasou o início das ações, passando pela falta de verba para a contratação dos trabalhadores e para o pagamento dos recenseadores, até as recusas de resposta e a falta de acesso em diversos locais. Com isso, o fim foi adiado para fevereiro deste ano, mas o Governo Federal decidiu aumentar o teto orçamentário do estudo até o fim de maio.
Desde 29 de maio, o IBGE está rodando os dados, para a divulgação na próxima quarta-feira. “No início do ano, o ministério tomou a difícil decisão de seguir 100% das recomendações do Conselho Consultivo porque os dados colhidos até então não garantiam a qualidade do censo. Agora, com as operações especiais e o tempo extra de coleta, temos a certeza de que o recenseamento está robusto e em linha com os parâmetros internacionais de qualidade”, diz o assessor especial do Ministério do Planejamento, João Villaverde.